A culpa é um sentimento que as mães conhecem muito bem. Está presente, de forma mais ou menos constante, nas suas vidas. Para algumas mães surgirá mais esporadicamente, sobretudo perante acontecimentos específicos. Para outras, poderá estar presente diariamente e trazer consigo associada uma sensação dolorosa de falha pessoal.
Não deve existir uma mãe que não tenha contactado, a dada altura da sua jornada, com esse sentimento. (Perdoem-me os pais, sei que para muitos também se aplica, mas hoje escrevo diretamente para as progenitoras).
As mães, sobretudo elas, sentem que faltam de forma voluntária nas mais variadas áreas. Com os filhos, quando não correspondem à idealização que têm de uma “boa mãe”. Nos seus empregos, quando acreditam que não estão a dar o seu melhor, por se dedicarem também à sua família. Com os companheiros ou companheiras, quando sentem que não têm disponibilidade física ou emocional para ter tempo a dois. Consigo mesmas, quando sentem que não são boas o suficiente, generosas o suficiente, bonitas o suficiente, perfeitas o suficiente.
👉🏻 A culpa pode ser inimiga das mães. Sobretudo se se deixam enredar nessas histórias que pairam nos seus pensamentos e que lhes dizem que, façam o que fizerem, estão sempre a falhar com alguma coisa ou alguém. Nesses casos, a culpa pode ser de tal forma pesada e opressiva que não permite ver para além das omissões, esquecimentos ou fracassos.
Mas o objetivo da culpa não é esse! A culpa tem uma intenção positiva por trás. E pode ser uma alavanca para mudar. No futuro. A forma como pensamos, sentimos e agimos. Sem o peso da sensação de falha ou omissão.
⚠ A ti mãe, sabe que és sempre suficiente! Que fazes sempre o teu melhor, a cada momento. Que faças o que fizeres, tens sempre valor. Esse nunca muda! E que, se não estás satisfeita com os resultados que estás a alcançar, seja com os outros ou contigo mesma, que é possível encontrar outras estratégias. Sem culpas.
Inês Oliveira
Psicóloga clínica