Chegou o verão. As piscinas. O mar. Os rios e regos. Os lagos. Os tanques. O riso cristalino dos pequeninos, a refletir em cada gota de água!
Mas não se distraia – “A MORTE POR AFOGAMENTO É RÁPIDA E SILENCIOSA”. Este é o slogan da campanha que a APSI (Associação Portuguesa de Segurança Infantil) e a GNR (Guarda Nacional Republicana) lançaram este verão, pelo segundo ano consecutivo, para a prevenção do afogamento.
O afogamento não intencional define-se como o comprometimento das vias respiratórias por submersão/imersão num meio líquido, cujo resultado pode ser fatal ou não. Mesmo se não fatal, podem ocorrer danos cerebrais irreversíveis, comprometendo o futuro e bem-estar da criança e família.
Em Portugal, a morte por afogamento corresponde à 2ª causa de morte acidental na infância. Segundo o relatório da APSI de julho/2022 – referente ao período 2002-2020 – nos últimos 10 anos morreram em média 9 crianças/ano na sequência de um afogamento e 23/ano foram internadas. Apesar da redução destes indicadores ao longo dos anos, os dados de 2020 e preliminares de 2021 apontam para uma tendência crescente no nº de mortes por afogamento (23 no total). Globalmente, os afogamentos e internamentos foram mais frequentes antes dos 4 anos de idade, e a mortalidade maior entre os 15-19 anos. As piscinas e os meses de junho a agosto foram o local e altura mais vezes implicados.
MAIS DE 80% DOS AFOGAMENTOS SÃO EVITÁVEIS através da adoção de ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS, MÚLTIPLAS E COMPLEMENTARES.
Alguns apontamentos:
– barreiras físicas: as + eficazes em prevenir o afogamento! Os restantes sistemas de proteção (ex. coberturas) são pouco eficazes e devem ser considerados complementares, nunca alternativa, às vedações!
– auxiliares de flutuação: braçadeiras – não evitam o afogamento e nunca devem ser usadas sem supervisão do adulto!
– supervisão: nenhum outro sistema substitui a vigilância por um adulto! Não desfoque nunca a sua atenção na criança!
– competências aquáticas e de salvamento: a aprendizagem da natação, medidas de segurança na água, competências em salvamento e suporte básico de vida reduzem o risco e gravidade de afogamento MAS NUNCA podem ser usadas isoladamente como forma de prevenção!
Não facilite. Um segundo pode durar para sempre.
Saiba mais no site da Associação Portuguesa de Segurança Infantil (APSI).
Isabel Ayres Pereira
Pediatra
Sugestão de Leitura: “Segurança dos Brinquedos”
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