Não é recente a associação entre educar uma criança e recorrer a castigos para o fazer. Socialmente continua a ser bem aceite a ideia que, para conseguirmos crianças bem-educadas, estas devem de alguma forma ser castigadas quando o seu comportamento não corresponde ao que é esperado. Os castigos podem ser diversos e envolver a retirada de privilégios (ou seja, de coisas que a criança ou o jovem gosta) ou a punição (como isolar a criança).

A verdade é que estas estratégias continuam a ser utilizadas nos dias de hoje porque de alguma forma conseguem, rapidamente, cessar o comportamento inadequado da criança ou do jovem. Mas mais do que os “ganhos” a curto prazo, é importante refletir sobre as consequências a longo prazo da utilização dos castigos na educação.

⚠ E enquanto pais e educadores devemos questionar-nos:

Quero educar para a obediência ou para a responsabilidade? Gostava que no futuro o meu filho fosse capaz de encontrar as soluções para os seus problemas ou preferia que ele se limitasse a acatar as soluções dos outros? Prefiro que o meu filho se sinta aceite e amado por mim, independentemente do que faça ou diga, ou prefiro que ele se sinta julgado, com vergonha e medo?

Se a resposta a estas questões foi no sentido de fomentar a responsabilidade, a autonomia e a aceitação, então os castigos não serão uma estratégia que vos vai servir.

👉🏻 O castigo não ajuda o jovem a encontrar as suas soluções, nem ensinar a criança a agir de forma correta. Quando muito, o castigo fá-los sentir que agiram mal, que foram inadequados. Ou seja, ferir a sua autoestima.

Existem estratégias mais poderosas para ajudar os nossos filhos a desenvolver-se de forma emocionalmente saudável? Sim. Todas as que tenham na sua base a empatia e procurem promover a conexão. Uma boa alternativa podem ser as consequências conscientes. Mas sobre elas falaremos outro dia. 😉

Dra. Inês Oliveira
Psicóloga Clínica e facilitadora de Parentalidade Consciente

Sugestão de Leitura: “Necessidades por trás do comportamento”
Siga-nos também no Instagram e no Facebook. 😉