O colostro é o primeiro leite que o bebé vai mamar (pelo 2º-5º dia de vida a produção de leite sobre brutalmente e passamos a ter o chamado “leite de transição”).

A quantidade de colostro produzida é adequada à capacidade fisiológica do bebé e satisfaz todas as necessidades do bebé acabado de nascer! Está “desenhado” para desempenhar um papel essencialmente imunológico que é de extrema importância.

Contém imensas substâncias com as quais o bebé só vai ter contacto se ingerir leite humano. No batalhão de defesa que chega ao bebé incluem-se as imunoglobulinas que vão revestir o seu intestino impermeabilizando-o a agentes infecciosos , outras proteínas como a lisozima ou a alfa-lactoalbumina, quando entram em contacto com um agente patogénico destroem-no, macrófagos e outras células fazem o mesmo, outras têm ação bacteriostática e muito mais.

A lista de doenças contra as quais o bebé está menos protegido se não ingerir leite materno é grande. E o caso de vírus como o rotavírus, fungos como a Cândida, bactérias como a E. Coli, Helicobacter pilori, streptococcus pneumoniae, clostridium, salmonela, etc.

Não é por acaso que muitas vezes ouvimos dizer que “O colostro é uma vacina para a vida” e, idealmente, seria a única coisa que o bebé ingere nos primeiros dias de vida.

Nas situações em que a mãe e o bebé estão separados durante algum período de tempo (internamento do bebé, bebé a fazer fototerapia, etc) pode-se extrair colostro que pode ser dado ao bebé por colher de chá/café, seringa ou copinho.

A extração manual é a forma mais eficiente de o fazer e, portanto, o que recomendo a todas as mulheres grávidas é que se familiarizem com a técnica.

Por outro lado, se o bebé nasceu e existe esta necessidade, solicite apoio às enfermeiras de serviço, informando do seu desejo, solicitando o material necessário para coletar leite e para apoio da técnica de extração.

Rosa Santos
Enfermeira especialista em Amamentação