Como consigo que o meu filho seja autónomo?

Os pais desejam que os filhos se tornem autónomos. Que saibam fazer as coisas por si, que possam ser responsáveis pelo que lhes diz respeito, que aprendam e consolidem competências que lhes permitam desenrascar-se bem, sozinhos. Mas a autonomia das crianças e jovens não se adquire de um dia para o outro. Não é uma competência que um dia não esteja adquirida e no dia seguinte esteja consolidada. A autonomia vai sendo construída e treinada ao longo dos anos. Enquanto pais, o nosso papel é dar espaço para se faça a aprendizagem e consolidação dessa competência.

Desta forma, como podemos promover a autonomia das crianças?

Em primeiro lugar, sendo o exemplo e mostrando como fazer as coisas. Sem pressas nem pressões, sem segundas intenções, de uma forma natural e com tranquilidade. A aprendizagem faz-se muito através da observação. Se a criança vê aqueles que lhe são significativos a fazer algo de uma forma, terá uma tendência natural para replicar isso.

Depois, e atendendo à idade da criança e daquilo que naturalmente ela é capaz de fazer, favorecer que comece a demonstrar alguma autonomia. Podemos escolher uma tarefa e pedir que vá começando a assumir responsabilidade por ela. E é neste momento que devemos ter especial atenção a alguns aspetos:

  • É importante reconhecer a criança quando consegue fazer a tarefa, mesmo quando não o consegue na totalidade;
  • Julgar ou criticar a criança quando não cumpre a tarefa é inimigo do processo;
  • Aceitar que a aquisição de autonomia é um processo que vai passar por avanços e recuos até estar consolidado;
  • Compreender que vai haver esquecimentos e que não vai ser perfeito.

É, sobretudo, essencial entender que favorecer a autonomia das crianças não pode passar por exigir que façam o que queremos, à hora que desejamos, da forma que entendemos ser correta. Isso é obediência! Autonomia é sinónimo de independência e a criança precisará encontrar a sua forma de fazer a tarefa, bem como os recursos para a gerir. Que pode ou não ser idêntica à nossa forma de fazer.

Inês Oliveira

Psicóloga Clínica e Facilitadora de Parentalidade Consciente