
Em condições ideais, amamentar não provoca dor nem lesões nos mamilos, contudo os estudos vêm dizer-nos que esta é uma realidade de muitas mulheres em algum momento do seu percurso de amamentação.
Resolver a dor ou lesão (fissuras, gretas, sensação de ardor, de queimação, etc.) nos mamilos é preponderante para que haja maior satisfação e seja possível disfrutar de amamentar.
O primeiro e principal aspeto a assinalar é que, em grande parte das situações a dor deve-se ao trauma mecânico recorrente no mamilo durante a mamada. Portanto, a forma como o bebé/mãe se posicionam e o bebé pega a mama e mama serão as principais causas destes problemas. Traduzindo em miúdos, na maioria das vezes evita-se dor e lesões ajustando a posição da mãe e do bebé e garantindo que o bebé faz uma pega profunda e eficiente na mama.
Além do anterior, podem existir outras causas: trauma mamilar (por mordida ou uso inadequado de bomba extratora, p.ex.), infeção bacteriana ou fúngica da mama, freio lingual do bebé, alterações da sucção (p.ex., sucção muito forte por tensões no bebé associadas a parto mais difícil/instrumentado, alterações da anatomia oral).
O tratamento deve incidir na causa, daí ser importante avaliação profissional!
De qualquer forma, se excluirmos as situações que necessitam de avaliação médica e prescrição de medicação, ficamos com lesões que podem ser tratadas com cuidados locais.
Os estudos abordam “mil e uma” opções de tratamento (não se assuste… nem se deslumbre :b)! Desde a aplicação de leite materno, lanolina, hidrogel, laserterapia, conchas de prata, dexpanthenol, ou produtos derivados de plantas (aloé vera, portulaca olerace, calêndula, jujuba, mentha spicata), etc.
A conclusão é que realmente o que mais resulta é melhorar a técnica de amamentação!
De resto, os estudos não são conclusivos em relação ao tratamento local mais eficaz, embora se considerem válidas várias opções.
Mais uma vez: acompanhamento, não descuidar nem desvalorizar sintomas, e no caso de aplicar algum produto ter certeza que é seguro para mãe e bebé (perceber se deve limpar a mama para bebé não ingerir o produto) e caso haja persistência dos sintomas ser reavaliada a situação.
Rosa Santos
Enfermeira especialista de Amamentação