Quantas vezes já disse essa frase aí em casa? Ou um/a amigo/a em forma de desabafo?
É algo muito incomum e quase intuitivo. É uma preocupação nossa e que facilmente comunicamos ao próximo. A questão é: mas que impacto tem este tipo de afirmações?
👀 Entre os 2-7 anos, idades em que normalmente há episódios de recusa alimentar mais frequentes, a criança está na fase pré-operativa. Isto significa que o raciocínio se baseia nas aparências e na causalidade – os alimentos tendem a ser categorizados em “gosto” e “não gosto” – e os alimentos deixam de ser o centro das atenções e o ato de comer passa a ser algo secundário em comparação com o desenvolvimento social, cognitivo e da linguagem.
Nesta fase, em que a criança tem dificuldade em compreender conceitos abstratos, frases como estas podem ser mal interpretadas e a criança pode, automaticamente, assumir que é uma característica sua “o ser esquisito para comer”. Isto influência a sua perceção sobre a sua relação com a comida e pode ter um impacto direto nas suas atitudes – piorando, muito provavelmente a sua recusa alimentar.
Se estão a ter dificuldades com a alimentação e comportamento alimentar das vossas crianças, procurem ajuda especializada. 😊 Estamos aqui para ajudar!
Ana Rita Sousa
Nutricionista na área da Pediatria