Mais do que um em cada dez bebés nasce prematuro em todo o Mundo.

Um bebé é considerado prematuro se nascer antes das 37 semanas de gestação. No entanto, com a evolução dos cuidados médicos, atualmente é possível a sobrevivência de bebés a partir das 24 semanas de idade gestacional, com sequelas cada vez menores.

Estes bebés apresentam imaturidade a nível respiratório, gastrointestinal, renal, neurológico e também o seu sistema imunitário está menos desenvolvido, o que os torna mais suscetíveis a infeções. Quanto mais prematuro o bebé, mais imaturos todos os seus órgãos e sistemas estão. Estes bebés necessitam de cuidados especiais para que consigam amadurecer e sobreviver fora do ambiente protetor que é o útero da mãe.

A grande maioria dos pais não está preparada para o nascimento do seu bebé antes do tempo. Com o nascimento de um bebé prematuro, nasce também um pai e uma mãe prematuros, que se deparam com um bebé real diferente do seu imaginário. Seguem-se muitas vezes dias, semanas ou mesmo meses de incertezas e medos em relação ao presente e ao futuro, muitas questões com poucas respostas, tempos de luta e aceitação, esperança, resiliência e um amor que vai crescendo, com algumas intercorrências e muitas vitórias pelo caminho.

Durante este percurso, a presença dos pais, o contacto pele com pele e o aleitamento materno são promovidos pelas Unidades de Neonatologia, sempre que clinicamente seja possível. O contacto pele com pele pelo método canguru ao longo do internamento é fundamental não só para a vinculação com o bebé como também para a sua evolução, aumentando as hipóteses de sobrevivência destes recém-nascidos.

Após a alta, o seu crescimento e desenvolvimento continuará a ser acompanhado e terá que ter em conta a idade corrigida (idade que teria o bebé se tivesse nascido com 40 semanas de gestação), sem pressas e sem comparações com bebés de termo. Cabe ao pediatra acompanhar esse processo.

Joana Santos
Médica Pediatra