Hoje venho esclarecer o que, concretamente, acontece numa consulta de fisioterapia em saúde pélvica para adultos.
Como em todas as especialidades, a primeira coisa que quero saber é a razão pela qual a pessoa procura esta consulta, quais as suas necessidades e objetivos. Para isto, também é importante conhecer a história daquela pessoa e o que a levou a procurar a consulta de fisioterapia. Portanto, antes de qualquer intervenção ou avaliação, o meu primeiro objetivo é escutar quem chega.
Como sabem, o pavimento pélvico, que é o principal foco nestas consultas, é um conjunto de estruturas internas. Isto faz com que, sem toque e sem palpação nos seja difícil perceber como é que estas estruturas estão a funcionar. E aqui surgem as principais dúvidas e receios.
Para conseguirmos avaliar estes músculos de forma eficiente tem de haver um contacto com os mesmos, que pode ser por via vaginal ou anal. Existe também a opção de, para além da abordagem manual, haver avaliação através de outros métodos como biofeedback ou ecografia.
Portanto, quando falamos em pavimento pélvico, assumimos que vai haver uma avaliação interna destas estruturas, que nos permite fazer um diagnóstico mais específico e eficiente. Por norma esta avaliação é feita por palpação digital (uso do dedo) e/ou com utilização de sondas próprias.
Com isto, existe uma forma muito própria e ajustada a cada pessoa, para fazermos esta avaliação, e quero deixar-vos algumas considerações importantes:
- A avaliação manual não é obrigatória, não é imposta e não é realizada numa primeira abordagem em situações de medo ou dor muito exacerbada. Ela é importante para um diagnóstico clínico mais eficiente, mas a avaliação do pavimento pélvico não é a única estratégia do fisioterapeuta para ajudar a pessoa que tem sintomas associados ao pavimento pélvico. Portanto, se tem medo de fazer a consulta por medo da avaliação “manual”, venha daí, porque temos um longo caminho para percorrer antes de chegarmos ao “manual”.
- O consentimento é para nós, profissionais, fundamental! A pessoa tem de autorizar todas as fases da avaliação e pode, a qualquer momento, alterar a sua vontade e não querer continuar, sem que isso seja um problema.
- A avaliação não vai aumentar ou provocar dor! Quando surge um desconforto ou uma sensação desagradável, há uma adaptação do que procedimento, ou a paragem do mesmo.
A educação é também fundamental nas questões relacionadas com a saúde pélvica e pode fazer muita diferença na sua saúde. E esta, podemos fazer em qualquer momento, independentemente de haver ou não avaliação interna do pavimento pélvico!
Sara Barbosa
Fisioterapeuta em Saúde Pélvica
Sugestão de Leitura: “Que sinais me dizem que o meu pavimento pélvico pode não estar funcional?”
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