Que pontos em comum podem ter o babywearing e a osteopatia? Será que faz sentido afirmar que são abordagens coadjuvantes para as mesmas situações?

O babywearing, tendo o seu foco na ergonomia, traz soluções que pretendem garantir aos seus utilizadores tirar o máximo proveito das atividades que executam, respeitando saúde e segurança e, assim, melhorando a qualidade de vida, de acordo com o contexto específico, as tarefas executadas e as necessidades individuais. Como tal, a ergonomia é um conceito fluído, que pode e deve ser adequado às famílias. Em casos de necessidades especiais, o babywearing pode mesmo ser adaptado, de forma a responder às patologias/desconfortos/restrições existentes.

A osteopatia, por seu lado, trabalha a estrutura única de cada bebé/criança, melhorando a mobilidade das diferentes estruturas que compõem o corpo. Este ganho de mobilidade/elasticidade otimiza o movimento do bebé e os seus sistemas de autorregulação, promovendo a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento motor saudável e equilibrado.

Não sendo o babywearing uma prática corretiva na grande maioria das situações ao promover a boa postura do bebé e do adulto, sem dúvida que pode ser útil em muitas das situações que levam as famílias a procurar também o cuidado da osteopatia:

  • Refluxo, uma vez que permite aos cuidadores dar colo por mais tempo com o bebé na vertical, aliviando os sintomas de desconforto (é importante garantir um bom ajuste para não surtir o efeito oposto).
  • Assimetrias da cabeça (plagiocefalia, braquicefalia) – evitando que o bebé fique por longos períodos de tempo deitado em superfícies planas (alcofa, berço, espreguiçadeira ou outros).
  • Alterações do sono, promovendo períodos de sono mais prolongados, particularmente nos primeiros meses de vida do bebé.
  • Torcicolo – ao manter o bebé na vertical, simétrico e bem posicionado, o babywearing acaba por ser um convite ao bebé para inclinar e rodar a cabeça para os dois lados.
  • Choro intenso/cólicas – a evidência mostra que bebés carregados (no mínimo 2 horas/dia) apresentam menos episódios de choro diurno e noturno, o que parece ser explicado estar relacionado com múltiplos benefícios do colo/babywearing.
  • Assimetrias da estrutura músculo-esquelética – a forma como o bebé é posicionado no porta-bebés promove a boa postura do bebé, que deve ficar simétrico – ou, no mínimo, é um estímulo positivo para que tal aconteça.
  • Hipertonicidade/hipotonicidade muscular, que podem estar ou não relacionadas com outras causas. Nestes casos, o babywearing pode ser adaptado, de forma a facilitar a colocação tendo benefícios a nível propriocetivo, entre outros.
  • Displasia da anca, sendo que o diagnóstico/tratamento é sempre médico, a osteopatia pode ajudar na identificação da mesma, e o babywearing promove uma postura semelhante à postura corretiva.
  • Problemas respiratórios e digestivos – exatamente porque ao ser carregado na vertical, em contenção e respeitando as regras básicas e proteção das vias aéreas, o bebé respira melhor (especialmente quando está com alguma infeção respiratória/congestionamento nasal), digere melhor e o seu intestino também funciona melhor.

São, assim, várias as situações em que tanto o babywearing como a osteopatia podem contribuir para melhorar a qualidade de vida dos seus utilizadores.

Se o seu bebé manifesta estas alterações ou tiver mais questões sobre este tema, fale connosco. A equipa Up2kids dispõe destes serviços na nossa clínica, em Vila Nova de Gaia.

Susana Silva (Consultora de Babywearing) e Ana Fernandes (Osteopata pediátrica)