Quantos conteúdos, posts, tabelas e quadros já viram na internet com esta informação? Afinal qual está certa? 

Em sono, a tabela cientificamente aceite é a que está presente nas recomendações internacionais da American Academy of Sleep Medicine. Neste post podem encontrar essa tabela com uma leitura mais simples do que a original. 

Os intervalos presentes nesta tabela são, precisamente, isso, intervalos. Significa que dentro de determinada faixa etária, algumas crianças vão localizar-se mais próximo do intervalo inferior e outras mais próximo do intervalo superior. Nenhuma é melhor do que a outra, desde que todos estejam a dormir o suficiente e dentro do intervalo recomendado para a idade. 

É importante entender que dormir um número abaixo das horas recomendadas significa sempre estar em privação de sono. “Mas não há crianças que precisam dormir menos?”. Há, por isso é que apresentamos um intervalo mínimo e máximo. Milhares e milhares de estudos, feitos com milhares de crianças em todos os países dão-nos segurança científica suficiente para dizer que dormir abaixo do valor mínimo do intervalo significa sempre privação. 

“Então e dormir a mais?”. Dormir a mais poderá ser também um problema. Uma criança que durma, de forma recorrente, mais horas do que o valor máximo do intervalo deverá ser avaliada porque o sono poderá não estar a ser reparador e isso pode levar o cérebro a tentar compensar em tempo o que não consegue em qualidade. 

Portanto, o sono é exatamente como o peso, para ser saudável não deve ser a menos nem a mais. 

Lactentes dos 4† aos 12 meses12 a 16 horas por 24 horas (incluindo sestas)
Crianças de 1 a 2 anos11 a 14 horas por 24 horas (incluindo sestas)
Crianças de 3 a 5 anos10 a 13 horas por 24 horas (incluindo sestas)
Crianças de 6 a 12 anos9 a 12 horas sono noturno por 24 horas
Adolescentes de 13 a 18 anos8 a 10 horas sono noturno por 24 horas 

nota científica† – Não foram contempladas nestas recomendações idades inferiores a 4 meses devido a uma ampla variação dos normais padrões e duração de sono nesta faixa etária, bem como à insuficiente evidência científica.

Andreia Neves
Cardiopneumologista especialista em Sono Pediátrico