
Os pais querem o melhor para os seus filhos. Desejam que estes se desenvolvam de forma saudável e ajustada, tanto em termos físicos como emocionais, para que consigam alcançar o sucesso e felicidade que merecem. Os pais sentem e sabem isso, mas encontram-se muitas vezes perdidos neste caminho de ajudar os filhos a consegui-lo. Sobretudo perante comportamentos desafiantes da criança. O que podem fazer? Como se lida com momentos desses, muitas vezes marcados por birras?
⚠️ Conhecer o cérebro da criança e o seu funcionamento é a chave!
O ser humano nasce com o cérebro num estado de imaturidade. O desenvolvimento deste órgão fundamental vai-se dando ao longo do tempo (e com tempo refiro-me a anos, uma vez que o cérebro é considerado maduro por volta dos 25 anos!) e através das experiências e aprendizagens que vão sendo feitas. Não é um processo mágico, rápido, instantâneo. Exige tempo, paciência e, sobretudo, integração. Ora, se já necessitou gerir uma birra de uma criança, terá certamente percebido que, nesse momento, ela não consegue ouvir o que lhe diz. Parece irracional, certo? Isso tem um motivo, que não depende de uma escolha da criança, e está totalmente relacionado com o que se passa em termos cerebrais. Os comportamentos desafiantes resultam de uma falta de integração cerebral, que provoca uma sensação de caos e desregulação interna, e que é completamente o oposto de uma sensação de bem-estar.
Os pais e educadores têm um papel especialmente importante no auxílio das crianças, rumo ao crescimento da integração cerebral e, em consequência disso, à sua saúde mental. Todos os momentos do quotidiano podem ser terreno fértil para isso, seja através da criação de espaço para o desenvolvimento e treino de elementos cerebrais essenciais, seja através da facilitação da integração de áreas do cérebro que estão a trabalhar em separado. Uma criança que se sente bem, porta-se bem. E uma criança que aprende e treina esta integração, desenvolverá uma série de competências importantes para toda a sua vida.
Inês Oliveira
Psicóloga clínica e facilitadora de Parentalidade Consciente