Se o babywearing é visto como algo que dá autonomia ao adulto, e proporciona conforto e bem-estar, ao mesmo tempo que ajuda a suprir necessidades primárias e vitais do bebé, há situações especiais em que os benefícios são ainda mais vastos. Pelo contrário, existem muitas situações em que existe o receio que o babywearing possa trazer mais prejuízo do que vantagens, o que por si mesmo não corresponde às reais vantagens da prática do babywearing. Mesmo para o adulto com limitações de movimento ou desconfortos, na grande maioria dos casos o colo fará parte da relação adulto-bebé e o babywearing está cá como recurso para oferecer mais conforto e segurança.
👉🏻 Bebés prematuros
É altamente recomendado o contacto pele e pele, sempre que clinicamente possível. Ainda em contexto hospitalar, os profissionais de saúde na maioria das instituições já encorajam o contacto pele a pele, recorrendo até algumas a recursos materiais para que esta prática seja feita de forma mais confortável, como panos, faixas, t-shirts, etc. Após a alta hospitalar, carregar o bebé prematuro continua a ter imensos benefícios, existem práticas gerais que podem ser aplicadas caso a caso.
👉🏻 Bebés com distonia/hipertonia/hipotonia
Bebés em situações de perturbação de movimentos (ex. distonia) ou de alteração do tónus muscular (hipertonia/hipotonia) podem beneficiar da prática do babywearing, embora cada caso deva ser avaliado individualmente. A postura do bebé no porta-bebés, o tipo de porta-bebés e as próprias características do material com que é feito (por exemplo, um tecido mais ou menos “rígido”) ou a adaptabilidade do adulto, são variáveis a ter em conta.
👉🏻 Adulto invisual/visão comprometida
De uma forma geral, porta-bebés mais estruturados (tipo “mochila”) são preferidos, uma vez que as próprias fivelas atuam como “guias”. Em casos de adultos que têm a visão comprometida, cores garridas podem dar uma ajuda extra, também é possível acrescentar fitas ou laços que ajudam a distinguir fivelas e fechos.
👉🏻 Diminuição de movimentos
Acontece, por exemplo, quando o movimento dos braços ou pulsos está comprometido, sendo as tendinites bastante comuns no pós-parto. A direção do movimento que o porta-bebés ou a sua colocação exige faz toda a diferença nestes casos, seja o caso das fivelas em mochilas ou a “mecânica” do porte com pano. Existem diversas variações no uso do pano que facilitam a colocação nestes casos.
👉🏻 Dificuldades na locomoção
Seja por uma questão de limitações em termos postural, de caminhar, desconfortos vários, ou até mesmo o uso de cadeira de rodas, existem formas de adaptar a cada um dos casos. O objetivo final é sempre manter as mãos do adulto livre, permitindo maior liberdade de movimentos em segurança.
Susana Silva
Consultora de Babywearing