Nesta publicação abordamos a importância da implementação de rotinas, ou seja, regularidade de horários de sono e adoção de comportamentos previsíveis que antecipam a hora de dormir, para um sono e desenvolvimento saudáveis.

O nosso cérebro é um grande adepto de rotinas uma vez que a existência de previsibilidade ajuda o nosso organismo, através de diversos mecanismos fisiológicos, a responder de forma mais eficiente a determinados processos que ocorrem ao longo do dia e da noite.

Todos nós possuímos um relógio biológico interno que regula várias funções essenciais como o metabolismo, os níveis hormonais, a temperatura corporal, a pressão arterial e claro – o sono. Ao estabelecermos um horário consistente para deitar, acordar e sestas, estamos a moldar o nosso ritmo intrínseco e a promover os mecanismos fisiológicos necessários para a ocorrência de sono (sonolência) nesse período.

Por outro lado, também a adoção e repetição de algumas atividades pré-sono – integrando os domínios da nutrição, higiene, comunicação e contacto físico, preparam o organismo para que, aproximando-se a hora de dormir, o processo de adormecer esteja mais facilitado. De um modo geral, estas atividades proporcionam um ambiente de segurança, transmitindo confiança e conforto à criança, e ajudam a compreender o que vem a seguir, o que se traduz numa diminuição da ansiedade e maior receptividade ao acontecimento (hora de deitar/adormecer).

Ter uma rotina de fim de dia previsível – mamar, lavar dentes, ler história e cama por exemplo, aliada a uma hora de deitar consistente, conduz a criança para uma transição para o sono mais tranquila e pacífica e consequentemente para um adormecer com menor resistência.

Para além da melhoria do sono, a existência de rotina também contribui para o desenvolvimento global da criança, nomeadamente uma maior regulação emocional e comportamental, desenvolvimento da linguagem, conexão cuidador-criança e funcionamento familiar.

Sofia Pimentel
Cardiopneumologista especialista em Sono

Referências:
https://doi.org/10.1016/j.smrv.2017.10.007

Sugestão de Leitura: “O meu filho é dos que dorme pouco…”
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